Língua Portuguesa
Tema: “A hora e a vez do conto de mistério”, suspense como
exercício da textualidade e a relação entre os textos
Atividade
1) Escreva um conto de mistério ou suspense em que a lua possa passear pelo texto.
Abaixo, há links para, se você
puder, acessar contos, obra de arte, música, reportagem e o que mais sua
imaginação buscar.
Dicas:
É
importante compreender que a escrita é para comunicar o que queremos
dizer e o outro é muito importante nessa construção, isto é, a resposta do
outro também pode nos ajudar a melhorar. Aprendemos trocando ideias.
Há
muitos/as escritores/as que gostam de escrever contos de mistério e suspense,
por exemplo, Stanislaw Ponte Preta, mas você pode pesquisar outros para ampliar
o seu universo de leitura.
Leia
várias vezes buscando, a cada leitura, os fatos, as personagens, como os
fatos vão acontecendo, o lugar onde está acontecendo, quando se passam os
fatos, porque aquilo está acontecendo... Nem sempre conseguimos observar tudo
de uma só vez, por isso que a releitura é necessária, correto?
Aprendemos, desde cedo, que o conhecimento ninguém “tira da gente!”.
Conto de mistério, de Stanislaw
Ponte Preta (transcrito na página seguinte) e disponível em:
https://escolaeducacao.com.br/contos-de-misterio-e-suspense/A
lua, obra da artista Tarsila do Amaral, disponível em:
https://www.todamateria.com.br/obras-tarsila-do-amaral/Lua,
canção Maskavo, disponível em: https://www.kboing.com.br/maskavo/lua/Lua de
sangue, disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/lua-sangue.htm
Depois da atividade
Compartilhe o seu conto de
mistério, suspense em áudio ou vídeo nas redes sociais que você tem ou alguém
de sua família e solicite que as pessoas curtam, comentem, compartilhem.
Use a #EducaçãoBahia para discutir
sobre o conteúdo de sua postagem.
Conto de mistério, de Stanislaw Ponte Preta
Extraído do site:
https://escolaeducacao.com.br/contos-de-misterio-e-suspense/
Com a gola do paletó levantada e
a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível
a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou
e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do
poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas.
Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente,
ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
Siga-me! – foi a ordem dada com
voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e
mal-iluminado e ele – a uma distância de uns dez a doze passos – entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O
silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta,
certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma
dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
Entraram os dois e deram numa
sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos
pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de
agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou – porém – quando o
homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: “É
este”.
O que estava por trás da mesa
pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o
outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta.
Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois
virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando
rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um
táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista
obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
– Julieta! Ó Julieta… consegui.
A mulher veio lá de dentro
enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o
pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o
marido conseguira mesmo.
Ali estava: um quilo de feijão.
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