Translate

terça-feira, 7 de julho de 2020

Língua Portuguesa

Língua Portuguesa

Tema: “A hora e a vez do conto de mistério”, suspense como exercício da textualidade e a relação entre os textos

Atividade

1) Escreva um conto de mistério ou suspense em que a lua possa passear pelo texto.

Abaixo, há links para, se você puder, acessar contos, obra de arte, música, reportagem e o que mais sua imaginação buscar.

Dicas:

 É importante compreender que a escrita é para comunicar o que queremos dizer e o outro é muito importante nessa construção, isto é, a resposta do outro também pode nos ajudar a melhorar. Aprendemos trocando ideias.

 Há muitos/as escritores/as que gostam de escrever contos de mistério e suspense, por exemplo, Stanislaw Ponte Preta, mas você pode pesquisar outros para ampliar o seu universo de leitura.

 Leia várias vezes buscando, a cada leitura, os fatos, as personagens, como os fatos vão acontecendo, o lugar onde está acontecendo, quando se passam os fatos, porque aquilo está acontecendo... Nem sempre conseguimos observar tudo de uma só vez, por isso que a releitura é necessária, correto?

 Aprendemos, desde cedo, que o conhecimento ninguém “tira da gente!”.

Conto de mistério, de Stanislaw Ponte Preta (transcrito na página seguinte) e disponível em:

https://escolaeducacao.com.br/contos-de-misterio-e-suspense/A lua, obra da artista Tarsila do Amaral, disponível em:

https://www.todamateria.com.br/obras-tarsila-do-amaral/Lua, canção Maskavo, disponível em: https://www.kboing.com.br/maskavo/lua/Lua de sangue, disponível em:

https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/lua-sangue.htm

Depois da atividade

Compartilhe o seu conto de mistério, suspense em áudio ou vídeo nas redes sociais que você tem ou alguém de sua família e solicite que as pessoas curtam, comentem, compartilhem.

Use a #EducaçãoBahia para discutir sobre o conteúdo de sua postagem.

 

 

 

Conto de mistério, de Stanislaw Ponte Preta

Extraído do site: https://escolaeducacao.com.br/contos-de-misterio-e-suspense/

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! – foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele – a uma distância de uns dez a doze passos – entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou – porém – quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: “É este”.

O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.

Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:

– Julieta! Ó Julieta… consegui.

A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo.

Ali estava: um quilo de feijão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário