Roteiro de Estudos
LÍNGUA PORTUGUESA - LINGUAGEM - 6° ANO
Tema:
Síntese a partir da leitura de um conto popular
Atividade
1)
Leia o conto popular “Jesuína e a cabaça” e/ou audiência do mesmo conto por
intermédio da contação de história.
2)
Identifique no conto os elementos que compõem a narrativa (personagens, tempo,
espaço, enredo, conflito, desfecho) e imaginar como criaria cada elemento. Por
exemplo: como seria Jesuína para você? E o espaço, o que mudaria? Que outro
final daria?
3)
Contar/recontar para familiares ou colegas um conto da tradição oral, expressando
a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala
expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a
entonação indicados pela pontuação, sem perder a criatividade.
Dica: Tente, invente, crie o seu modo de contar/recontar
o conto.
Depois
da atividade
Após
compreender a narrativa do conto, conte/reconte a história, e compartilhe
presencialmente ou nas redes sociais a sua produção, solicitando comentários
sobre o trabalho apresentado. E você, como avalia o seu trabalho? O que você
aprendeu? Use a #EducaçãoBahia para discutir sobre o conteúdo de sua postagem
Jesuína
e a cabaça Informante:
Adelsin,
que aprendeu com a Vó Nae, nascida em Salvador – BA, em 1871 Extraído do site:
http://contoscantos.blogspot.com/2010/03/jesuina-e-cabaca.html
Era uma vez uma menina que se chamava Jesuína.
Era
muito bonita e muito curiosa como são todas as meninas.
Sua
mãe sempre lhe dizia: - Jesuína minha filha não vá lá em cima no morro porque
lá tem um pé de cabaça encantado.
Jesuína,
muito curiosa, um dia não se aguentou e subiu o morro. Chegando lá, quando viu
aquele lindo pé de cabaça, com uma cabaça bem pequenininha dependurada, ficou
encantada e quis a cabacinha pra ela. Foi até lá e escreveu a letra “J” do seu
nome na cabacinha e voltou para casa.
No
outro dia de tardinha foi brincar novamente em cima do morro e todas as
cabacinhas estavam do mesmo tamanho, mas aquela onde ela havia escrito estava
maior. Ela escreveu, então, “ES”.
Passou uns dias e subiu no morro de novo e a
cabaça estava maior ainda e ela escreveu “Jesuína esteve aqui em 2006”. A
cabaça foi crescendo e ela escreveu: Jesuína ama Roberto Cláudio. Quanto mais
ele escrevia, mais a cabaça crescia.
Certo
dia, quando ela chegou no morro, a cabaça já estava do tamanho de uma Kombi!
Ela ficou tão feliz e disse:
- Oba, hoje tem muito lugar para eu escrever
um livro.
Quando
ela foi escrever na cabacinha, que já era um cabação, ela soltou da árvore,
começou a rodar para cima dela e cantar:
Ô
Jesuína, ô da manata!!!!
Tandarumâ
mandou dizer
Que
até no fim do mundo onde “cê” for
Eu
vou te comer, eu vou te comer.
Ela
saiu correndo morro abaixo e a cabaça atrás dela:
Ô
Jesuína, ô da manata...
Chegou
na porta da casa da sua madrinha e disse:
-
Ô minha madrinha, abre a porta porque a cabaça quer me pegar.
A
madrinha abriu a porta achando que a cabaça ia parar, mas a cabaça derrubou a
porta, derrubou a casa passando por cima de tudo e cantando:
Ô Jesuína, ô da manata Tandarumã mandou dizer
Que
até o fim do mundo onde cê for
Eu
vou te comer, eu vou te comer
A
menina saiu correndo e a cabaça derrubando tudo, derrubando ponte, derrubando
poste. Quando chegou na casa dela ela disse:
-
Oh minha mãe abre a porta aí. Bem que você falou pra eu não mexer com a
cabacinha.
Quando
a mãe viu aquele cabação descendo a ladeira e cantando:
Ô
Jesuína, ô da manata...
A
mãe correu lá dentro, pegou um espelho e apontou o espelho para cabaça. Quando
a cabaça viu o tamanho que ela estava, ela mesma tomou um susto e estourou,
caindo sementinha de cabaça por todos os lados (nesse tempo esse era o único pé
de cabaça que tinha no sertão).
Como era tempo de chuva, todas as sementes
brotaram nascendo assim muitos pés de cabaça que são todos encantados como
todas as coisas da natureza.
Menos
uma sementinha que caiu debaixo da cama da Jesuína, entre o colchão e o
estrado. Todos os dias quando a Jesuína ia dormir ela ouvia uma vozinha assim:
Ô
Jesuína, ô da manata...
Ela
com medo foi dizer:
-
Ai minha mãe, a cabacinha tá cantando debaixo da minha cama.
A
mãe disse:
-
Que nada minha filha, isso é coisa da sua imaginação. Vai dormir.
Tanto
a menina insistiu que a mãe foi lá. Quando ela levantou o colchão a sementinha
estava lá cantando com aquela boquinha:
Ô
Jesuína, ô da manata...
A
mãe jogou a sementinha lá no quintal, onde havia uma terra boa. Nasceu um pé de
cabaça de rama, onde nasceu uma cabaça não muito grande.
A
Jesuína já ficava desconfiada e nem chegava perto. O irmão dela foi lá, pegou a
cabacinha, partiu no meio, pegou um galho, fez um arco, botou fogo num pneu, tirou
o arame, amarrou, pôs a cabacinha, fez um berimbau e começou a tocar assim:
Tô
te entendendo não Tô te entendendo não Tô te entendendo, tô te entendendo, tô
te entendendo não. Assim surgiu o primeiro berimbau do Brasil.
E
a cabaça entrou pelo pé do pinto e saiu pelo pé do pato, o seu rei mandou dizer
pra neta da Jesuína contar mais quatro.
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